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Archive for Julho, 2006

Informação Cultural

Julho 28, 2006 3 comentários
Maria João Pires, uma grande pianista portuguêsa, desistiu da tortura em Portugal e vai viver para o Brazil. Qualquer coisa a ver com a forma como Portugal trata os seus artistas…e o analfabetismo cultural do país. Os meus cumprimentos à senhora e boa sorte nesta nova etapa da sua vida.
Dito isto uma só questão permanece. Se ela podia ir para o Brazil, o que é que ela ainda estava a fazer aqui??? Carolice…
Desculpem o sarcasmo beligerante que sempre demonstro mas já não tenho uma noite de sono descançada há anos. Destesto finais de projecto só gosto mesmo do fim. Ainda por cima hoje esqueci-me da gravata…melhor, destesto andar com a "trela".
Até à vista com muitas férias paga pelo caminho.
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DEFINIÇÃO DE AVÓ

Julho 28, 2006 Deixe um comentário

Vejam este artigo redigido por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal Cartaxo há uns tempos. Foi a propósito do dia dos avós. Uma delícia!

«Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem "Despacha-te!". Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, principalmente se não tiver televisão.»

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Já mal posso esperar por sexta

Julho 26, 2006 1 comentário
Plano de férias:
Passar pela serra d’aire mesmo só pela vista e ar puro.
Queria passar dois dias no caramulo, possívelmente sábado e domingo. O caramulo é uma serra portuguêsa. Ou é paisagem protegida, reserva ecológica tanto faz, tem água por todos os cantos e caramulo é uma marca de água engarrafada portuguêsa. Regatos a correr em rêgos no meio do mato, por tudo o que é sítio, límpida e a saber a água das termas. Já para não falar duma paisagem linda, do mato à nossa descrição, ideal para o BTT, e inúmeras cachoeiras.
Dois dias em ferreira do zêzere que é parecido com o caramulo mas em vez de ser uma serra, é um vale. Em vez de nascentes, passa lá o rio zêzere. Bom para desportos aquáticos de montanha. Não conheço, só ouvi falar e ví imagens na televisão, mas é mesmo por isso que quero ir lá.
Passar pela barragem do alqueva. O maior lago artificial da europa (salvo erro). Ficou pronta à relativamente pouco tempo (50 anos a contruir já la chamavamos "o mistério do alqueva"). Nunca vi e vou lá amandar uns mergulhos.
Três dias para o festival de música do sudoeste na zambujeira do mar. Ao pé da praia (das do alentejo), ao pé do rio ( não lhes conheço os nomes). Boa música, espero mas não vi o cartaz, pelo menos tem tradição nisso. O povo de vilas (a minha santa terrinha) vai para lá. Muita malta jovem. Parque de campismo no meio do mato, e pelo que vi na televisão, o cenário é idílico.
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Portugal é ardênte. E não se rala nada com isso.

Julho 25, 2006 6 comentários
Pelo menos eu não me ralo. O resto faz tudo conta que é cidadão preocupado e usa e abusa do seu, autoproclamado, direito à indignação. Sejamos honestos. Quem se rala com a floresta portuguêsa:
– Os passarinhos.
– Os ecologistas por causa dos passarinhos.
– O pessoal que se mudou para a cidade e uma vez por anos lembra-se que pode sagrar, cortar, vender os seus pinheiros e fazer uns trocos.
– Eu. O meu pai tem uns pinheiros que, por ironia do êxodo rural selvagem, valem mais que a terra onde estão plantados. Ralo-me, mas pouco. Não se usa papeis na terra dele, logo, nunca vou conseguir provar que são dele.
A piada da questão é que os cámmons (inglêses e americanos) e os avecs (francêses) vêm o país a arder na televisão e acreditam, piamente (e eu também se não conhecesse no mínimo a questão), que o país está a ficar mais pobre. E fica, mas acreditem em mim, a riqueza que não arder este ano vai arder para o ano e mesmo se nunca arder, servirá para poucos mais que aos passarinhos. O eucalipto é a floresta mais propensa a arder mas julgam que a floresta das produtoras de papel arde. Nã, só ardem os eucaliptos que estão abandonados ou semi-abandonados. O problema das florestas portuguêsas é só servirem para piqueniques, passarinhos, para os verdes acreditarem que tem um dos países mais ecológicamente rico da europa e para a paisagem.
Qualquer dia o povo muda-se para a frança e prós states, onde se usa a floresta como capital produtivo, e portugal fica todo para os passarinhos. Bem…os verdes ficavam felizes!
P.S.: Os verdes são o partido ecologista de esquerda em portugal. Quando não se quer votar em ninguém mas não se quer abster, vota-se neles. Eu não tenho grande problema com a ecologia mas tudo o que não dá dinheiro no mundo moderno está condenado ao fracasso. Logo se se quer que algo resulte faz-se isso render dinheiro e torna-se logo um "brilhante caso de sucesso e iniciativa social". A floresta em portugal não tem nada a ver com a floresta tipo tropical. Foi manipulada durante milénios e se deixar de manipular passa a ser um peso morto.
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O Atrazadinho

Julho 24, 2006 2 comentários
O Joãozinho era retardado das ideias. Tinha tido febre muito alta quando era pequeno e como na altura não havia médico para os miseráveis a febre tinha-lhe frito os miólos. O Joãozinho gostava do fogo. Gostava dele porque era o único que lhe dava atenção. As pessoas quando o ouviam tinham um ar aborrecido como a pensar "Quem te liga" ou "Não consegues mesmo dizer nada de jeito". O fogo, quando era pequenino, ardia só para o Joãozinho e não se importava nada que ele não fosse muito esperto.
Um dia o fogo cresceu. E logo nas tábuas do soalho do sotão do palheiro onde o Joãozinho e a familia viviam. O fogo quando crescia tornava-se egoista e nem sequer ligava ao Joãozinho. E se ele se pusesse à frente o fogo limitava-se a queimá-lo, frio e ardentemente como só o fogo pode ser.
Quando a mãe do Joãozinho chegou a casa do campo, onde tinha passado o dia a trabalhar à torreira do sol. Da sua casa só sobravam as paredes de pedra de granito. Ela sabia, ou suspeitava, o que tinha acontecido mas se olhasse agora para o Joãozinho bater-lhe-ia até ao matar. Então fez o que sobrava fazer. Chorou e carpiu a sua triste sorte. Uma mulher pobre casada com um homem miserável que chegaria bêbado a casa e hoje nem presisaria da desculpa do parco jantar para a encher de porrada.
– Aí quem me há-de valer…
– Aí a minha desgrassa…
– Aí o meu lenço de seda…
O lenço de seda tinha sído a sua única herança. A sua mãe tinha-lo dado quando ela se casou com um rapaz forte e trabalhador que nada de miserável, ainda, tinha. E, surprendemente, era a coisa mais valiosa que existia na casa, fora a própria casa. De repente ouviu uma vózinha tímida.
– Mãe. Não chore. Não chore que, quando for grande, compro-lhe um lenço de seda.
A vózinha do Joãozinho só a fez ficar mais triste. Só daqui a muitos anos o Joãozinho poderia receber pelo o seu trabalho. Só daqui a alguns anos ele poderia trabalhar por um prato de comida. Quanto mais comprar um valioso lenço de seda a uma velha mulher que já não serviria pra nada. Ainda por cima o seu único filho, um atrazadinho…
– Ó mãe? Então e se ardia a água do nosso poço toda? Então como haveria-mos de fazer a ceia ao pai?
E face a esta última questão do seu filho a mãe do Joãozinho não teve outro remédio senão…Rir…
Este Joãozinho era um génio na sua ignorância. Alguns anos depois alguém o viu todo bem vestido e para saciar a cuscuvelhice perguntou-lhe:
– Atão João onde foste?
– Ao casamento da minha irmã.
– Então com quem ela casou?
– Com o meu cunhado. Com quem haveria de ser?
ROFL – Isto foi feito de propósito para sacar o mais lágrimas e sorrisos possíveis da vossa miserável alma. Digam lá que eu não sou um sacana?
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Aos portuguêses o que lhes é devido

Julho 24, 2006 2 comentários
Os portuguêses seriam todos anarquistas se o anarquismo, ao negar a organização social, não estive-se a tentar organiza-nos.
Os portuguêses podem descriminar uns ao outros, mais os não portuguêses, por inúmeros e vários tipos de motivos. Mas racistas só se forem muito estúpidos. A raça portuguêsa distingue-se pela ausência de raça. Poderia dicertar aqui por todos povos que aqui se estabeleceram, desde os neanthertais até aos sarracenos mas seria inutil. Os portuguêses são o pessoal que, ao não se sentirem bem onde quer que estivessem, foram desde o fim do mundo até aos confins da europa e só param porque tinham um oceano à frente. Ter em atenção que para a nossa irrascível raça os brasileiros, angolanos, moçambicanos, timorences, macaences e até os cristãos de Goa, mação, etc, etc não deixam de ser portuguêses. Eu próprio sou uma mistura de sarracenos, visigodos e tenho um nome "Pereira" de novo cristão (entenda-se antigo judeu).
Os inglêses, espanhois, holandêses, etc, quando foram fazer a sua colonização procuraram ouro, especiarias e recursos de toda espécie e feitio. Os portuguêses foram à procura disso e outra coisa muito mais rara. Foram à procura de gente que os achassem "Grandes" já que a europa isso nunca o achou neles, se essa gente fossem mulheres tanto melhor.
Português é qualquer tipo que se embebeda, anda à porrada com o melhor amigo por ele lhe ter chamado idiota, "pôe-no a dormir", chama um taxi para o ir pôr o amigo a casa, e como o taxista se nega, ele agarra-o, mete-o às costas e faz três quilómetros para o entregar em mão à, preocupada, esposa.
Também há portuguêses que não são nada disso mas esses estão sobre a influência (da cultura norte americana entenda-se).
Português é um gajo que consegue aparafusar um parafuso com um martelo. Não, não é martelar um parafuso é mesmo aparafusá-lo. Na época dos descobrimentos todos os navios, especialmente os estrageiros, levavam um português. Quando havia algo que não se podia arranjar senão em doca seca e estavam a muitas milhas da costa chamavam o português para "desenrascar".
No tempo da armada invensível portugal era governado pelos Felipes de castela. Logo, fomos obrigados a contribuir com cerca 40 navios de guerra. Dos cerca 400 que partiram só voltaram cerca de 50 (os outros espetaram-se contra a costa irlandêsa à pala da corrente do golfo que era desconhecída então) cerca 30 dos que voltaram eram portuguêses.
Só há uma razão para os portuguêses não gostarem da arrogância espanhola e francêza. "Se nós somos tão melhores que eles e somos obrigados a ser humildes, quem são eles para se gabarem?" ROFL
P.S.: Espero não ter feito muitos inimígos com este post…
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Ohhhh

Julho 24, 2006 Deixe um comentário
"(…) Adeus tristeza até depois
Estou muito triste em saber que entre nós dois
Já não há nada para fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar(…)" Fernado Tordo
Pois esta é a última semana do projecto aqui no cliente. E descobri que na minha empresa o acesso ao spaces.msn.com está restringido por permitir a permuta de mp3. E não tenho internet em casa para não dar dinheiro aos "#Piiiiii…#" da Portugal Telecom (Deviamos exportar estes sacanas para o estrangeiro o que faria muito pela competividade nacional. Era ver os outros a andar para tráz e a gente a andar para a frente). Logo os meus post vão passar a ser escassos. Pelo facto peço imensas desculpas. Ainda vou fazer os agradecimentos tipo a entrega dos Oscar. Eu sei que não se justifica mas eu sempre quiz fazer os meus agradecimentos e duvido que venha a ganhar algo que o justifique mais do que esta ocasião. ROFL Sou um triste MUAHAHAHAHA.
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De partir o coco a rir…

Julho 21, 2006 5 comentários
"(…)Não julgues e não serás julgado(…)"
"(…)Porque reparas no cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave no teu(…)"
"(…)Procede para com os outros exactamente como queres que outros procedam para contigo(…)"
Tem piada como a sabedoria salomónica de Jesus faz parecer o próprio Salomão um tosco. Os três exemplos acima são apenas os mais fáceis de compreender.
Esta é a chave pela qual eu contruí a minha moralidade. E é, também, a chave para perceber a forma como eu falo sobre mim próprio. Sempre que falo sobre mim ou sobre o meu povo tento reduzir a minha auto-estima ao mínimo. O meu ego já é do tamanho dum camião, se não lhe prega-se um par de estalos de vez em quanto ele creceria de um modo incomportável. O meu povo não é diferente.
Na minha parca experiência de vida compreendi, há muito, que só os ricos, bonitos e poderosos se podem dar ao luxo de alimentar um ego do tamanho dum camião. E é uma tragédia que os ricos, bonitos e poderosos tenham de carregar tão pesado fardo para que eu seja obrigado a aliviar o meu.
"(…)Tudo acenta no consumo em progressão
São as tetas desta nossa alienação(…)" Mão Morta
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Tudo o que há a temer somos nós próprios.

Julho 19, 2006 4 comentários
Eu não percebo muito de psicologia. A minha irmã é psico-pedagoga ou pelo menos tem o curso acabado. Eu tive psicologia no 12º ano. Encaro a "ciência" com o cinismo que se tem por ciências empíricas (ciências que pretendem medir coisas que não se podem medir, a partir de cálculos estatísticos). É um pouco como a conversa das energias, do cosmos e tretas do género. Não digo que é mentira mas só quando me traduzirem a coisa em volts eu darei o meu aval a semelhante coisa.
Mas da minha infância tirei algumas conclusões. O medo do escuro, o medo do montro debaixo da cama. Monstros, demónios, vampiros (já para não falar do bom peito (as fadas) e do mau (as bruxas) ) são terrores que se viram para o exterior mas são reflexos interiores.
Nada me aterroriza mais que encontrar coisas semelhantes entre mim e os "monstros" que pulam da História. Nada, menos o que as pessoas (que não querem ver o monstro que vive dentro delas) estão dispostas fazer para os castigarem.
Se alguém merece ser castigado, e todos nós o merecemos, não serei eu que sou chamado a essa responsabilidade. Eu não posso é demitir-me do dever de conter alguém que queira fazer mal, e aí do chão não deve passar. Por outras palavras, dar a alguém um destino pior que a morte já é coisa de "monstros".
Outra coisa que acho fascinante é o monstro estar muito mais determinado a sobreviver que o homem que por ele é habitado. Não acho que os "monstros" sejam semelhantes ao monstro que vive em mim. Ele é brutal na sua procura de sobreviver e obter aquilo que a vida lhe disse que ele precisava dela. Mas as "mostruosidades", essas não são inventadas pelo monstro. As "monstruosidades" sussurro-lhas eu ao ouvido.
Alimentai, portanto, o macaco e disciplinem o filho de Deus.
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A minha empresa ganhou um concurso a partir de um protótipo que eu alinhavei em três semanas

Julho 18, 2006 2 comentários
Finalmente eu estou a tornar-me útil em vez de ser apenas um contentor de força de trabalho. Qualquer dia sou um recurso estratégico ROFL.
Yá eu sei…mas tinha de exaltar o meu ego em algum, lugar.
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