Stress

 É engraçado como o stress funciona nas pessoas. E é ele que funciona nas pessoas e não as pessoas que funcionam nele, com ele, para além dele. O stress caracteriza-se por pôr as pessoas a deixar de funcionar. Admito que umas aguentem mais ou menos pressão antes de o stress começar a funcionar nelas. Mas quando começa a funcionar, varre a cadeia de comando toda, qual carrinho de choque sem pára-choques, tal dois modelos anorécticos com osteoporose engatados à porrada a despedaçar-se um contra o outro e a disparar fragmentos de dor em todas as direcções. Todos os dias de manhã acorda-se racional, ao meio dia é-se obsessivo, às quatro da tarde, deprimido, depois das seis, compulsivamente obsessivo.
 Claro que há forma de lidar com o stress. Fazê-lo correr a cadeia de comando é mais popular entre elas. Abstermo-nos pura e simplesmente da nossa parte é a mais inteligente. O stress é irmão da vontade e rapidamente se substitui a ela. Mas no fim o stress é um sintoma. Resultante do atrito, provoca o sobreaquecimento num mecanismo mecânico ineficiente ou simplesmente desesperadamente esticado para além do razoável.